sábado, 2 de abril de 2011
"É dever dos pais educar a sexualidade dos filhos no pudor"
A primeira conferência da tarde do Simpósio de Bioética, atividade inédita do Congresso Eucarístico Nacional 2010, tratou do valor humano da sexualidade. O palestrante dr. Valdir Reginato abordou, segundo os valores do Evangelho e da Igreja Católica, a importância de respeitar o momento certo de viver o sexo. Para introduzir o assunto, o médico falou sobre o Livro de Gênesis, na qual Jesus diz: “Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea" (2, 18).
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De acordo com Reginato, o homem e a mulher foram criados para que a humanidade se tornasse completa. Logo, a sexualidade é uma obra da criação de Deus. Entretanto, alerta o acadêmico, esta sexualidade não pode ser deturpada e vivida antes do tempo. “Os jovens de hoje antecipam o sexo, o banalizam. Mas é importante que se entenda que não se faz festa dos 15 anos, aos 14; nem se ganha a corrida sem alcançar a chegada. Tudo precisa acontecer a seu tempo! O sexo não merece ser substituído por um momento casual, como uma criança que abre o presente antes do Natal esquecendo-se o motivo da festa”, explicou.
O médico ainda alertou que o assunto deve ser tratado desde a infância pelos pais, mostrando a importância da sexualidade e as consequências de não valorizá-la. “Cabe as pais educar os filhos dentro de uma sexualidade do pudor e do respeito. A educação dos filhos é uma responsabilidade primeira deles, não da escola, dos amigos ou da mídia”, enfatizou.
Para o conferencista, a vida diária de oração e a vivência da Eucaristia são bases fundamentais na vida do cristão que deseja valorizar a sexualidade. Ao final da palestra, a equipe da Arquidiocese de Brasília apresentou um vídeo com testemunhos de jovens namorados da cidade e celibatários que vivem a castidade.
Em visita ao Brasil, em maio de 2007, o Papa Bento XVI pediu castidade aos rapazes e moças do país, dos quais 79% aprovam as relações sexuais antes do casamento e são favoráveis ao uso de preservativos, segundo pesquisas. O líder da Igreja Católica disse que a prática da sexualidade está reservada aos casados e que ela será fonte de felicidade sempre que se souber fazer da castidade “dentro e fora do casamento um bastião das esperanças futuras”.
O Sumo Pontífice reconheceu que a castidade “precisa de um espírito de sacrifício e de renúncia”. Bento XVI acrescentou que o verdadeiro amor “buscará sempre mais a felicidade do outro, se preocupará mais com o outro, se entregará e desejará estar perto do outro”.
Ariane Fonseca
Enviada especial a Brasília